sábado, 29 de janeiro de 2011

Praga-Berlin

Em 2008 tive a grata oportunidade de ir a um congresso em Praga. Não podia deixar passar e programei uns dias rodando sozinho de mochila por alguns países. A primeira viagem era de Praga a Berlin de trem. O frio começava a aparecer no cenário e pela primeira vez na vida pude ver pela janela as construções checas e alemãs além de árvores de natal sem enfeites. Estava ouvindo repetidamente alguma música (coisa de doido mesmo) do Alice in Chains. Eis que em uma das paradas, entravam na cabine em que eu estava um simpático casal de senhores. Percebi que eles ficaram me olhando sem parar e falavam em inglês. Tirei os fones e os saudei em inglês mesmo. O senhor se apresentou como Gerry Long e já disse: "graças a Deus alguém para falar em inglês" com um sorriso sincero. Na verdade, ele me contou que vinha de San Diego e é professor universitário de música. Sua esposa é alemã e estavam indo adiante de Berlin. Conversei por pelo menos três horas com eles. Ao final, a simpática sra. Long me mostrou um livro que estava acabando sobre o holocausto da segunda guerra mundial pois vivera essa época quando criança e escreveu tudo em um diário. Ela brincou comigo: "antes de nos cumprimentar comentei que você se parece demais com meu marido quando era jovem" (será?). Quando a aproximação da Estação Central de Berlim (em alemão Berlin Hauptbahnhof) foi anunciada, me preparei para descer e trocamos os e-mails. Ao me despedir todos nós ficamos emocionados de verdade. Não acho explicação para esta sensação que todos tivemos mas creio que a maioria das pessoas já passou por isso. Até hoje converso por e-mail com eles e noto pela foto que tirei na viagem (esta do post), que eram mais que um simples casal: nasceram um para o outro.
Luiz Gustavo

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Materialização dos sonhos (Parte 2)

Época de graduação sempre é lembrada com carinho.
Eu mesmo posso falar que aproveitei bem essa fase pois não era um aluno tão empenhado com relação aos estudos e na verdade o surf nos finais de semana e a música dividiam o interesse pela engenharia. Desde criança, tive um gosto por livros de ficção e neste período eu estava lendo alguns livros que meu pai tinha na prateleira de seu escritório. Entre estes, precisamente em 1996 li um clássico chamado “Admirável Mundo Novo” escrito por Aldous Huxley.
Coincidentemente na seqüência, uma notícia estourava na imprensa mundial: um pesquisador escocês chamado Ian Wilmut, do Instituto Roslin, de Edimburgo, com a colaboração da empresa de biotecnologia PPL Therapeutics com sucesso clonaram um mamífero (ovelha Dolly) a partir de uma célula somática. O que me chamou a atenção na época era o fato de que o livro que acabara de ler tinha ano de publicação de 1932. Huxley provavelmente não tinha conhecimentos aprofundados em genética e certamente jamais vira um experimento de clonagem, todavia, seu livro traz essa idéia na prática.
Pior: a descrição conta que as pessoas são criadas em série em um sistema de condicionamento biológico e psicológico.
A assustadora fábula ainda refere-se claramente a uma sociedade totalmente desprovida de valores morais e religiosos na qual a idéia de família é motivo de piada. Exageros à parte a clonagem é hoje uma realidade, mas também nenhuma outra idéia de Huxley exposta no livro é tão absurda para os dias atuais. (Não acredito que por coincidência)-> A época marcada pela escrita da obra era uma fase onde imperava a idéia de um governo altamente autoritário com controle sobre a população e isso ditava rumos nas diversas manifestações artísticas. Sobre a clonagem? Não há como tirar o brilho informativo da idéia do autor mas remetendo ao texto anterior, só posso acreditar que houve influência da materialização do seu cotidiano, uma vez que este período fora claramente marcado por manifestações em massa do nazismo em Nüremberg. Relembrando: me parece razoável que as nossas criações mentais potencialmente são condicionadas ao nosso cotidiano. Refletindo sobre a capacidade de previsão de Huxley e percebendo certa adequação do livro aos dias atuais, me pergunto se houve mesmo pura espetacular premeditação ou se a nossa história como sociedade pouco mudou.
Uma estranha coincidência me fez lembrar de uma conversa que tive bem ao final do ano passado com um grande irmão. Essa fica pra outra hora!
Luiz Gustavo

Materialização dos sonhos (Parte 1)

Este texto tem uma idéia bastante óbvia. Mas achei necessário para poder confrontar com as situações que logo virão.
A tranqüilidade. Quantas vezes nos deparamos pensando: “cara, eu só quero tranquilidade nesse momento...”? É um desejo que certamente não se materializa. Isso é apenas um sentimento passageiro que convenhamos, nunca se torna absoluto na prática – em nenhum momento. É um sonho para muita gente. Aliás, um sonho nesse caso desejado e pré-estabelecido. Não seria incrível se fosse possível sonhar com algo que quiséssemos? Imagine programar sempre um sonho bom e nunca um pesadelo. Não é possível. Mas vamos aos fatos: lembro que certa vez, estava na casa de uns amigos e comentávamos justamente sobre noites mal-dormidas. O pai de um deles chegou na conversa e disse: “ter sonho ou ter pesadelo é algo necessário pois é uma válvula de escape de nosso dia-a-dia”. Vejo sentido no que aquele senhor formado em psicologia nos falava porque de certa forma somos um reflexo do contexto exatamente na história (período) em que vivemos.
Assim, por mais absurdo que sejam, nossas criações mentais particulares são (ou podem ser?) condicionadas a fatores sociais, políticos, familiares e outras esferas coletivas e particulares.
Quero dizer que, em um primeiro momento, me parece fazer sentido que as materializações e experiências vivenciadas por nosso cotidiano se transformam e sonhos ou pesadelos e não o contrário. No entanto, alguns fatos até mesmo noticiados indicam que um sonho pode ser materilizado até mesmo em um momento histórico futuro... é a próxima parte.

Luiz Gustavo

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Físico-química e Deus (Parte 1)

De uns tempos pra cá, a partir de algumas discussões e leituras sobre a nossa origem (talvez,consequentemente, sobre nosso destino).
A partir deste post, eventualmente, estarei enviando alguns raciocínios que desenvolvi mas gostaria muito que estas idéias fossem discutidas.
Você é meu convidado para que possamos refletir alguns conceitos.
Adianto: não sou dono da verdade e o que escrevi é uma linha de raciocínio.
Conheço muitas pessoas que são ateístas que acreditam na ciência pura para explicar todo o funcionamento dos eventos que regem nosso Universo. Mesmo achando interessante este ponto de vista, a estas pessoas, sempre pergunto: "deve haver algum ponto de partida, não?".
Muitas pessoas acreditam em um inicial desarranjo energético universal no qual a entropia (desordem) é formada. A este fenômeno dá-se o nome de "Big Bang". Particularmente, estudando e tendo evidências que o Universo está em constante expansão e portanto, em desordem contínua, este fenômeno parace um tanto razoável para explicar a origem do nosso Universo.
Para exemplificar imagine um gás preso a um cilindro a uma pressão constante. Ao abrir a válvula, este gás naturalmente tende a sair ou seja da ordem para a desordem.Ainda assim, volto a me questionar: "deve haver algum ponto de partida, não?".
Tendo isso em mente, vou tratar de escrever sobre algo intrigante: A massa da Terra é constante (Fato).
Mas, como pode ser constante se a população da Terra, por exemplo, tem um crescimento vertiginoso e exponencial há muitos anos?
Procurei algumas respostas e todas elas me levam á uma conclusão em comum que estará no final deste texto.Bem, somos nós os seres-humanos, animais e outras formas de vida constituídos basicamente de carbono e outros elementos que constituem nosso planeta. Sendo assim, não é tão absurdo que possa afirmar que em um outro momento eu poderia ter sido uma árvore, um cão, ou até mesmo outro ser-humano. Ora, se a constituição química elementar é muito semelhante, isso poderia ser levado em conta até porque a massa da terra é constante e assim, não há como haver ganhos externos (ao nosso planeta) nas nossas composições. Sendo um ser vivo uma forma ordenada e compacta de elementos químicos oriundos do nosso próprio planeta, nossa existência inicial é contrária à teoria da desordem contínua na qual o Universo é regido.
Em outras palavras, alguma força mais forte qua a tendência natural forma um ser-vivo.Pois bem, a físico-química clássica nos explica a espontaneidade de alguns processos do dia-a-dia e certamente a origem da vida em termos de composição corporal é um processo inicialmente não espontâneo como escrito anteriormente.
Acontece que, curiosamente, crescemos e acabamos na morte física e biológica independente da crença.
A partir daí, nosso corpo se decompõe (desordem) e os elementos voltam para a natureza. Para que um novo ser vivo surja, volto a falar da força que não possui natureza espontânea. Em conclusão, não vejo outra explicação que não seja algo divino realizando uma obra irreparável e de modo inigualável pois nos é dado além do corpo, nossa essência. Gosto muito de vislumbrar as teorias da ciência mas não tenho como não acreditar que desde o início do Universo e sua constante desordem e na ordenação não explicável, Deus está presente.
Em um próximo momento vou escrever sobre a materalização dos nossos sonhos.
Um abraço fraternal!
Ps: Devo este post a uma conversa que durou uma tarde com o nérso no dia 29/12/2010.
Luiz Gustavo Lacerda