Separação de DDGS na usina em Portales. |
Quando morava por alguns meses nos EUA, passei a maior parte do tempo em uma pequena cidade chamada Portales no Novo México. Lá há uma usina de etanol de milho onde eu trabalhava no setor de produção e controle de qualidade. Trabalho duro e em condições interessantes: -10°C durante as madrugadas e +15°C durante as tardes. Turnos de 12 horas durante 4 dias/noites e 3 dias de folga. Nesses dias ociosos, pegava o carro e rodava a única fita K7 que tinha: Social Distortion. Acabava rodando até o Texas ou ia até Roswell para rir com as luminárias dos postes da cidade pintadas como extraterrestres. Certo dia, enjoei da estrada e resolvi ganhar uma grana extra. A convite de um operário, fui trabalhar como latoeiro de carro na cidade de Clovis. Era o ápice do inverno e minhas mãos congelavam (mesmo) quando molhava a lixa na água do balde. Nessa oficina, um evento me chamava a atenção todos os dias logo cedo: abraçados, orávamos para agradecer por mais um dia de trabalho. Em determinados instantes era possível perceber que uma força positiva tomava conta de todos. Quem me conhece, sabe que não sou um exemplo na religiosidade. No entanto, passei a acreditar desde então na egrégora formada pelo coletivo. Aliás, anos mais tarde notei que tal prática não era exclusividade daquela “oficina”.
Abraços!