segunda-feira, 25 de julho de 2011

Apelidos

No último relato, prometi que iria contar a história dos apelidos lá de casa: Tico, Saddam e Azeitona. Resolvi escrever hoje mesmo porque minha mãe relembrou da chegada do azeitona lá em casa. Aqui vai! Em Dezembro de 2010 minha irmã foi correr logo cedo em um parque aqui da cidade. Ao chegar em casa, havia dito à minha mãe que tinha uma surpresa. Ela havia encontrado um labrador abandonado. Quando cheguei mais tarde, me deparei com um cão magro e judiado junto do meu pai. Eu nunca tinha visto um daquela cor. Outro detalhe me chamou a atenção nele: os olhos, ou melhor, o olhar. Quem o conhece pessoalmente sabe do que falo. O Saddam (meu pai) nunca foi grande amante de cães. No entanto, a partir da descoberta do câncer na Nina ele passou a ter adoração. Inclusive ele foi quem a levou nas sessões de quimioterapia. Com o Azeitona não foi diferente. O figura não comia ração de modo algum. Meu pai com preocupação preparava arroz com frango todos os dias e misturava aos poucos a ração. Algumas outras atitudes me deixavam boquiaberto: as remelas dos olhos eram limpas todos os dias, fogão à lenha aceso nos dias de frio, cama feita e muito agrado. Tudo obra do velhão para quem ele chamava de “rapaz”. Pois bem quando o papai passou adiante, o Azeitona ficou esperando-o durante uma semana na beira da escada. Aí, explico o nome do cachorro que na verdade é Oliver. Originou de um romance do Charles Dickens de 1838 “Oliver Twist” que relata as aventuras de um rapaz órfão que infortunadamente viveu de modo miserável em Londres e que ao final descobre a nobreza de sua origem. É engraçado como a ficção se mistura à realidade. Acabei não explicando nada dos apelidos mas não faz mal. Afinal, o Azeitona merece um espaço só pra ele. Abraços!

Um comentário:

  1. Oi, Gu!
    Mais uma linda história, dentre muitas que tenho certeza que fazem parte de sua vida.
    Eu costumo dizer que não adoto os animais, sou adotada por eles, pois são eles que sempre aparecem aqui em casa e, como não poderia ser diferente, acabam ficando para sempre, para minha grande alegria.
    Acho que, na verdade, a Nina deu um jeitinho para enviar o Azeitona até a sua irmã. E, chegando em sua casa, o Azeitona adotou o seu pai e toda a família... hehehe... Impossível não se envolver assim com uma belezinha dessas!
    Que bom que o seu pai sentiu essa ligação tão forte com ele, afinal os animais são verdadeiros Anjos enviados para trazer um pouco de alegria e esperança à nossa vida, por vezes tão complicada. E essa conexão repleta de amor é para todo o sempre.
    O Azeitona sente saudades, como todos que tiveram a honra de conviver com o teu pai. Mas acho que os animais têm um privilégio só deles: conseguem enxergar o espírito e, talvez, eles já possam ter se encontrado, mas é só uma crença minha. Enfim, a nossa vida não é nada sem esses momentos repletos de amor e solidariedade.
    Parabéns a vc e sua família pela adoção do Azeitona, tenho certeza de que ele irá mimar muito vocês. E parabéns ao Azeitona por ter encontrado pessoas tão afetuosas!
    PS Seu pai ajudou a tratar da Nina em seus momentos de dor e, agora, a Nina o está enchendo de beijinhos e carinhos para amenizar a saudades...
    Beijinhos

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