segunda-feira, 20 de junho de 2011

Um dilema.

“Eita cara mais chato que não pára de falar sobre a morte do pai.” O que eu posso fazer? O caso é que pra minha felicidade eu tenho o velho cada dia mais presente na minha mente. Explico! Sempre que vou fazer algo penso se o Saddam (apelido do Seu Luiz) iria ficar feliz por ver. Evidentemente os pais querem a felicidade dos filhos, logo, acabo tendo uma alegria a mais por realizar coisas que o pai sentiria algum bem estar por saber. De alguma forma, sou crente que ele sabe. Acontece que ontem decidi levar minha mãe almoçar fora. Detalhe: no restaurante preferido dele em Santa Felicidade. Pensei por alguns instantes em não ir uma vez que aquele evento iria remeter ao passado e poderia causar algum desconforto mais forte na cabeça do Tico (minha mãe). Vivi um dilema. Ao chegarmos, o garçom nos viu e ficou visivelmente emocionado – na mesma hora, minha mãe. Na mesma hora fiquei sem ação: não havia programado uma situação triste. Bom, fiz questão de pegar a mesma mesa em que ficávamos e o almoço foi bom demais. Até o dono do lugar ficou um tempão conversando conosco (uma pessoa fora de série). Ao final, percebemos que o pai estaria feliz por estarmos curtindo o lugar como ele fazia. No caminho de volta, a mesma coisa, fomos lembrando das coisas e caminhos justamente que o Seu Luiz costumava fazer. Funcionou como terapia. Todos os dias quando acordo, lembro do pai. Certamente isso não acontecia quando ele estava presente fisicamente. Ouvi muita gente me dizer, nesta fase de luto, para ter apego a coisas que gosto. Por que esperar pra fazer isso? Bom mesmo é tocar o terror em vida. Papai deve estar orgulhoso! (rsrsrsrs)